Cavalos abandonados cuidados por detentos ajudam no tratamento de crianças da Apae com equoterapia dentro de presídio do ES

Cavalos abandonados cuidados por detentos ajudam no tratamento de crianças da Apae com equoterapia dentro de presídio do ES

A equoterapia invadiu os muros da Penitenciária Agrícola do Espírito Santo (Paes), em Viana, na Região Metropolitana de Vitória, e tem ajudando no tratamento de crianças com necessidades especiais atendidas pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) dentro da própria unidade prisional.

Idosos também são atendidos pelo projeto, que beneficia ainda vários detentos que cumprem pena no local. As sessões contam com cavalos abandonados, que foram resgatados em diversas ruas do município. Só um cavalo foi doado desde a implantação ação no local.

Esse benefício mútuo entre crianças, animais e detentos faz parte de um projeto que existe desde 2015 e já utilizou cerca de 40 animais. Segundo a Secretaria Estadual de Justiça (Sejus), 2.167 crianças e 1.080 presos já foram atendidos ao longo desses anos.

A maioria dos animais foi retirado das ruas onde poderiam sofrer ou provocar acidentes com mortes. Na equoterapia, eles têm a possibilidade de continuar a vida com tratamento adequado, recebendo cuidados dos detentos, em área aberta e de pastagem na própria penitenciária.

Mas como o projeto funciona? Os detentos trocam as celas da prisão pelas celas dos cavalos que precisam estar preparadas para as aulas dos pacientes. Os presos são os responsáveis por cuidar dos animais com banho, escovação e alimentação. Além disso, a cada três dias trabalhados, o preso tem um dia da pena reduzida.

As crianças que precisam de terapia fazem as atividades como uma brincadeira ao ar livre, com a troca de carinho entre a equipe e, principalmente, o animal. Mas para os especialistas, o contato direto entre animais e as crianças vai além da brincadeira. Funciona como parte de um tratamento.

A maioria dos animais foi retirado das ruas onde poderiam sofrer ou provocar acidentes com mortes. Na equoterapia, eles têm a possibilidade de continuar a vida com tratamento adequado, recebendo cuidados dos detentos, em área aberta e de pastagem na própria penitenciária.

Mas como o projeto funciona? Os detentos trocam as celas da prisão pelas celas dos cavalos que precisam estar preparadas para as aulas dos pacientes. Os presos são os responsáveis por cuidar dos animais com banho, escovação e alimentação. Além disso, a cada três dias trabalhados, o preso tem um dia da pena reduzida.

As crianças que precisam de terapia fazem as atividades como uma brincadeira ao ar livre, com a troca de carinho entre a equipe e, principalmente, o animal. Mas para os especialistas, o contato direto entre animais e as crianças vai além da brincadeira. Funciona como parte de um tratamento.

Laysla é aluna da Apae de Viana e, duas vezes por semana, vai ao Complexo Penitenciário para fazer as atividades. Mesmo com supervisão de profissionais da Apae e dos pais, os presos também acompanham as sessões.

Atividade dentro do presídio causa estranheza

Por não ser uma ambiente comum, a equoterapia desenvolvida no presídio com ajuda de pessoas que estão lá por algum crime cometido chama atenção dos pais.

“No primeiro momento, eu gerei um certo preconceito. Mas depois que você começa a ter o contato, vê a evolução da criança, você vê também a importância do trabalho deles para a pena deles, na socialização como pessoas para a sociedade. Faz tão bem para nossos filhos. Eles tomam todo cuidado com nossos filhos para não se machucar, cuidam dos animais para realizar a atividade. Eu vejo que é gratificante tanto para nós como família como para os internos que precisam reduzir essa pena para ganhar a liberdade e voltar para a sociedade. É uma chance mútua”, disse a mãe da Laysla.

Segunda chance

g1 esteve na prisão e conferiu de perto a interação das crianças com os animais, e também os detentos. Sem medo e ansiosa, Laysla fez carinho e cavalgou no Prometeu, cavalo que se dedica à equoterapia no local desde 2019.

Além do Prometeu, os detentos são os responsáveis pelo cavalo Gigante, o pônei Pequenino e a mula Fazenda. Prometeu é o único animal que foi doado e atua na terapia.

Morador de Viana, Marcílio Xavier foi quem doou o cavalo. “Acredito que os animais podem fazer só o bem, independente para quem quer que seja. Desde que seja bem tratado, porque o animal também gosta de carinho e gosta de amor, o tutor não deve abandonar e não deve maltratar. Quando o cavalo recebe carinho, ele transmite o carinho. Tanto que está aí o Prometeu”, disse.

Ao g1, Xavier disse que se sente muito feliz em ajudar as crianças da Apae. “Fico realizado em saber que ajudo a melhorar a vidas desses anjinhos”, contou o morador.

Três âmbitos sociais

O interno Jeferson Dias da Costa disse que é um prazer se dedicar ao projeto que faz tão bem para os pequenos.

A diretora da Penitenciária Agrícola do Espírito Santo, Leizielle Marçal, contou que o projeto consegue, perfeitamente, atender aos três âmbitos sociais: os animais abandonados, os apenados e as crianças da Apae.

“É uma terapia para as crianças e para gente também. A gente vê a evolução a cada dia que passa. Os animais são bem tratados, recebem treinamento e adestramento todos os dias. Eles ficam totalmente preparados para atender quem precisa na equoterapia. Sou pivilegiado por participar, não dá nem pra perceber que estamos presos. A gente fica solto de segunda a segunda, mexendo com os animais e ajudando diarimente. Só tenho a agradecer”, detalhou Jeferson.

“Já vi muitos benefícios. Crianças que não conseguiam pisar, que hoje conseguem, que chegaram aqui sem falar, sem socializar, e hoje socializam. A equoterapia é uma prática muito cara e aqui é gratuito”, destacou a diretora.

Leizielle explicou ainda que, com a mão de obra aplicada no projeto, o preso tem a diminuição da ociosidade. A cada três dias trabalhado, um dia da pena é diminuído, de acordo com os critérios de remição de pena, previsto na Lei de Execução Penal.

Fonte: G1